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sábado, 7 de maio de 2011

Para virar lembrança


Aperto a mão contra meu peito como se fosse possível, assim, fazer caber osso e carne em um espaço fictício e paralelo. O problema não é o vazio, a verdade é que carrego um peito cheio de musturas, de sonhos, expectativas, passados, presentes e futuros. Tão cheio que tantas vezes me perco dentro de mim.
Há desejos que brotam, há pessoas que voltam, sorrisos que escapam ignorando tudo o que se passa por fora.
Carrego olhares, toques e cheiros. Todos eles sei de cor, ao menos os que me interessam. Carrego o vento que me trouxe o frio, a chuva que estragou meu cabelo e o quente de um pedaço de luz que passou pelas arestas da janela e tocou a minha pele, sutilmente, delicadamente, deixando um brilho sereno nesta carne opaca.
Hoje sei que para virar lembrança não é preciso ser profundo, basta que seja verdadeiro.

3 comentários:

Vovó Dora disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dani disse...

Amo sua intensidade. Saudade de você.

Caetano Brandão disse...

As coisas sinceras e intensas hoje em dia são pouco praticadas, vivemos em um mundo repleto de ciclos que se fecham rapidamente e começam tangindo caminhos diferentes.
Tudo que vive que foi sincero desde uma lágrima até um sorriso causado se tornou eterno no meu coração!
Parabéns disse tudo!


"A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela "