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terça-feira, 31 de maio de 2011

Preciso


Nesses dias precisos a vida tem fluído como um último suspiro que sai pela boca, quente e intenso, dizendo à alma que então basta. Abro os olhos para não enxergar o que está contido no escuro. Apaguei as luzes pois tive medo de descobrir que o monstro que me assombrava não passava de um monte de roupas velhas jogadas pelos cantos do quarto. E no final não passavam de apenas roupas velhas.

Passo os dias correndo.
Passo as noites acordada.
Beijo de olhos abertos.
Amo de olhos fechados.

Então, quando tudo estava precisamente sincronizado, como as engrenagens de um relógio, não houve Descartes que fosse capaz de silenciar o som de minha alma se desfazendo. A tua simples lembrança se fez presente por míseros dois minutos e quartorze segundos, período de tempo que se fez eterno enquanto durou. Dois minutos e quatorze segundos inundados de um passado mal resolvido e estragado pelo tempo. Dois minutos e quatorze segundos que pude me lembrar o que seria esta estranha coisa chamada sentir. Eu me lembrei do que é feito esse tal de amor... [é de música...]

Quando te deixei para trás, me deixei contigo. Hoje não me pertenço mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

É verdade, o amor é feito de música. Quantos foram os nossos erros?

maya disse...

.-.