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domingo, 30 de maio de 2010

Dura poesia concreta de suas esquinas



É que quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi.

Ah, se nascêssemos borboletas!



Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
[Fernando Pessoa como Alberto Caeiro]

sexta-feira, 21 de maio de 2010