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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eterna Inocência


No feriado me deparei com essa cena tão linda que não resisti e guardei-a para mim.
Não pude deixar de me lembrar do meu querido Fernando Pessoa quando olhei para este senhor.

"Amar é a eterna inocência
E a única inocência é não pensar..."
[Alberto Caieiro]

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre os Mortos e Suas Convenções

Havia um grupo de pessoas parado na movimentada, e quase sempre parada, Doutor Arnaldo.


Estavam ali, à porta de um velório, alguns de preto, poucos de luto.


Estavam reunido como um happy hour qualquer, muito provável que jogando palavras ao léu, ouvindo desatentos ao discurso alheio, esperando anciosamente a sua vez de falar. Uma conversa como outra qualquer.


Interagiam indiferentes àqueles que haviam de estar sofrendo perto do caixão. Eles sofriam apenas por conveniência, ou quem sabe por piedade. O que pode ser pior?


As convenções sociais fazem com que as pessoas compareçam à velórios como medida de segurança para que, quando estiverem elas com os algodões enfiados nas narinas e nas orelhas, haja público para prestigiá-las, e dessa forma ninguém irá pensar que elas eram sozinhas.


Dá-se um abraço fraco, sem intimidade, diz-se algumas palavras clichês e quando tem um buffet então a festa está feita. Quem não tem nojo pega na mão do morto, os mais ousados dão até beijinhos. Para deixar a cena menos mórbida enfeita-se a sala com muitas coroas de flores. Quem trouxer a mais bonita (a mais cara) é quem se destaca.


A verdade é que não se pode nem descansar em paz sem que se corresponda às expectativas alheias.