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segunda-feira, 9 de julho de 2007

oceano das desigualdades

Faz tempo que não escrevo nada aqui. É que realmente ando sem tempo nenhum para nada. Mas hoje arranjei uma folguinha e vou tentar me inspirar para compensar todo esse tempo vago que rolou por aqui.
Esse ano está me mostrando que muitas coisas hei de aprender. É estranho sair do lugar de onde estávamos acostumados e ingressar em um mundo hipócrita ao extremo e falso. Esta é a realidade do anglo de Atibaia, e não tenho medo de afirmar isso.
É estranho encarar essa realidade quando você tem a possibilidade de conhecer os dois lados da moeda.
Sou uma garota da classe média, tenho uma vida estável e creio ter muito mais do que necessito. Mesmo assim isto não é motivo para que eu me considere superior a ninguém, até pelo contrário. Mas quando me deparei com a realidade de nosso querido Brasil pude perceber o tamanho da ilha em que nos situamos (sim, você que lê esse infeliz comentário também vive em uma ilha). Nossa “realidade” é tão falsa, tão diferente, que fica fácil entender todo o preconceito existente entre as classes sociais.
Sabemos que o preconceito tem mais peso da parte das classes pobres e humildes.
Eu aceito esse preconceito, eles não têm culpa, são criados nessa “idéia”, mas não concordo. Eu sei que eu tenho uma vida privilegiada, sei que tenho tudo o que preciso e o que quer que seja; mas tudo isso não surgiu do nada para mim, nem para minha família. Tudo o que temos é fruto do grande esforço de meus pais, avós, tataravôs, e assim por diante. Todos já passamos por crises, já ficamos duros, nós estamos no Brasil, oras! Mas esse preconceito, do qual nos passa a impressão que tudo o que temos veio fácil, isso sim é ridículo!
Eu sei que é difícil crescer economicamente em tempos de tanto desemprego e instabilidade política, mas quem almeja ser digno consegue. Exemplos disso são muitos. Quantas pessoas de classe social paupérrimas não conseguiram terminar seus estudos, fazer até faculdades, com ajudas de bolsas, e hoje possuem empregos, ou pelo menos maior chance de consegui-los?
Sei que não é fácil, nem afirmo que seja, mas é a nossa luta para com a ética, moral e dignidade.
Fácil é pedir dinheiro no farol, fácil é roubar, fácil é se manter através das milhares de bolsas que o governo inventa só para dizer que está fazendo alguma coisa! Isso sim é fácil. Por isso que eu me nego a dar gorjetas, comprar balas e o que quer que seja. Não é certo manter crianças nos faróis, lugar de criança é na escola!
Então, eu me deparo com essa realidade, sinto o preconceito, e reflito...
Quando que as pessoas vão optar pelo certo? Bom, quem sou eu para perguntar isso.
Sendo que ao iniciar esse texto fui preconceituosa. Digamos que isto seja um ciclo vicioso. Temos sim preconceito com pessoas de poderio econômico maior que o nosso. Você nunca achou a Paris Hilton ridícula? Bom, péssimo exemplo, ela é ridícula. Mas aí é que está a questão! O preconceito surge da desvalorização do dinheiro. Errados são os que roubam, assim como aqueles que esbanjam.
Mas, cada um faz o que quer com sua vida e seu dinheiro.
Creio que este tempo do qual leste meu singelo texto, somente ficastes confuso.
Mas pensem a respeito disto.
O Brasil é um grande arquipélago meus queridos.

Um comentário:

Anônimo disse...

May eu sou seu fã! *-* Juro muito inteligente meu!!!