hipocrisia

Muitas vezes julgamo-nos superiores a outrem. É uma atitude totalmente normal, uma maneira simples de afirmarmos nosso poder, e adquirirmos uma falsa segurança.
Não há nada melhor do que sentirmos aquela sensação do tipo – “meu ego vai explodir”.
O ego. Justamente isso.
O que definiria nosso ego?
Ego: Experiência que o individuo possui de si mesmo, ou concepção que faz da personalidade; em psicanálise, apenas a parte da pessoa em contato direto com a realidade.
Egocêntrico: que considera seu próprio eu como centro de todo interesse.
(Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa-Barsa)
Nossas atitudes são praticamente todas movidas pelas intenções dos nossos egos. Mas convenhamos, o que nos acrescenta possuirmos um ego bem alimentado?
Quais as vantagens de pensarmos sermos melhores, sendo que no fundo sabemos que estamos todos “no mesmo barco”?
É o que eu chamo de hipocrisia. Consideramo-nos algo perante outros, mas perante nós mesmos reconhecemos que podemos ser tão podres quanto uma carniça estragada.
Sei, sei, trágico demais.
Engraçado que somos capazes de notar todo o tipo de erro, ou o que quer que seja, em outrem, mas parece que tornamo-nos cegos para nossas “sombras”. Olhar para dentro não é uma coisa muito agradável, mas necessária, pelo menos para aqueles que pretendem, ou já pretenderam um dia, tornar-se melhores.
Segundo crenças, tanto espíritas, quando umbandas, o melhor caminho para tal aperfeiçoamento seria a reforma íntima.
A reforma íntima nada mais é do que uma constante auto-análise, ligada à nossa intimidade espiritual, que nos permitirá um maior domínio sobre nós mesmos.
Em meu ponto de vista a reforma íntima deve ser uma prática automática, como se antes de cada ato nosso, parássemos para pensar em suas conseqüências.
A questão é que temos o péssimo costume de atribuir aos outros os nossos erros, porque sempre o outro é que está errado, que é egoísta, que é hipócrita.
Creio que a partir do momento em que soubemos lidar, honestamente, com nossa consciência, aí sim estaremos prontos para uma possível melhora em nosso caráter.
Mas se sequer somos honestos com nós mesmos, creio que uma realidade mais elevada ainda posiciona-se bem longe do alcance da maioria.